Cuiabá
Promotora Dra. Daniele Crema recebe título de cidadã cuiabana
Cuiabá
A vereadora Maysa Leão (Republicanos) entregou na Sessão desta terça (05) o Título de Cidadã Cuiabana para a promotora de Justiça Dra. Daniele Crema da Rocha Souza. A jurista atua no núcleo das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude da Capital – 19ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá.
“Todas as vezes que chega pra mim uma demanda da infância e juventude, eu falo que nós temos um anjo lá no Ministério Público chamado Doutora Daniele, nossa anja, que acolhe as pessoas com muito amor para além do cargo”, pontuou Maysa ao anunciar a entrega da honraria.
Natural de Ponta Grossa, Paraná, Daniele possui graduação em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e foi aprovada no concurso público do Ministério Público do estado de Mato Grosso (MPMT) no ano de 2009. 
Além de Cuiabá, atuou nas comarcas de Matupá, Peixoto de Azevedo, Barra do Bugres, Poconé e Nova Mutum. 
A promotora, assumiu a Coordenadoria do Centro de Apoio Operacional da Pessoa com Deficiência do MPMT em abril de 2023, e nesse período publicou, em coautoria com outros promotores, manuais de atuação referentes à inclusão escolar (Roteiro de atuação para educação inclusiva, kit de apoio de educação inclusiva e cartilha orientativa com informações referentes à legislação estadual e federal sobre o TEA – Transtorno do Espectro Autista). 
“Eu cheguei aqui em Cuiabá e eu me impressionei com a acolhida do povo cuiabano, que realmente é um povo extremamente acolhedor, amoroso e gentil. E isso sempre me fez ter esse sentimento de quando eu vinha para Cuiabá, dos locais distantes onde eu estava, me sentir acolhida”, destacou a Dra Daniele Crema ao receber o título.
A nova cidadã cuiabana, é mãe atípica do Arthur, que todos os dias a motiva a lutar para que a população tenha um mundo com uma inclusão real, que respeite e acolha com afeto as diversidades, como aponta o Decreto Legislativo que concede a honraria.
Da Assessoria
Fonte: Câmara de Cuiabá – MT
Cidades
Governo de MT aciona STF e pede suspensão de decreto que amplia Terra Indígena Manoki
O Governo de Mato Grosso entrou, nesta semana, com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que amplia a Terra Indígena Manoki, localizada no município de Brasnorte. A área, que hoje possui cerca de 46 mil hectares, passaria para 252 mil hectares — medida considerada inconstitucional pelo Estado.
O pedido foi anexado à Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 87, sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. Na manifestação, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sustenta que o decreto presidencial viola a Lei 14.701/2023, que instituiu o chamado marco temporal.
“Afronta à legalidade”
De acordo com a PGE, o decreto contraria o artigo 13 da lei, que proíbe a ampliação de terras indígenas já homologadas.
“A tentativa de ampliação revela grave afronta ao princípio da legalidade”, aponta trecho do documento encaminhado ao Supremo.
Outro ponto questionado pelo governo é a falta de comprovação de que os povos Manoki ocupavam a área ampliada até 5 de outubro de 1988, data definida pelo marco temporal como referência para reconhecimento de terras tradicionais.
Segundo o Estado, documentos históricos e jurídicos mostram que a região passou a ser ocupada por famílias não indígenas desde a década de 1950, com conhecimento do poder público.
“Não há vestígios materiais, registros ou presença cultural que indiquem ocupação indígena na data constitucionalmente exigida”, afirma a procuradoria.
Impacto em produtores e famílias
O governo também alerta para os efeitos sociais e fundiários provocados pela expansão da terra indígena. A medida atingiria diretamente centenas de produtores e famílias que possuem títulos definitivos, CAR ativo e até decisões judiciais reconhecendo a ocupação regular de suas propriedades.
“A ampliação promovida por decreto desestrutura a malha fundiária da região e instaura o caos jurídico, penalizando cidadãos que sempre atuaram conforme a lei”, diz outro trecho da ação.
A PGE ainda critica a ausência de diálogo com o Estado e com o município de Brasnorte, que não teriam sido consultados nem notificados sobre o processo. Para o governo, isso compromete a legitimidade da medida e fere o pacto federativo.
Governador Mauro Mendes: “Não é contra indígenas, é contra ilegalidades”
O governador Mauro Mendes reforçou que a iniciativa não busca limitar direitos dos povos indígenas, mas assegurar que decisões dessa magnitude respeitem a legislação vigente.
“Não aceitaremos que um decreto presidencial, editado de forma açodada e sem respaldo legal, prejudique quem produz e vive há décadas nessas regiões”, declarou.
Hoje, Mato Grosso possui 73 terras indígenas demarcadas, que juntas somam mais de 15 milhões de hectares — aproximadamente 16% de todo o território do estado.
“Defendemos o meio ambiente, respeitamos as comunidades indígenas, mas exigimos que tudo seja feito dentro da lei. A Constituição não pode ser ignorada para atender interesses ideológicos”, completou o governador.