Search
Close this search box.

Para ele, é preocupante “começar pela legislação, antes de estabelecer uma prática de encontros, de rotina, de divisão dos dados, de colaboração”. Ele disse que os governadores ficam inseguros sobre como vai ser a participação do governo federal na relação com os estados, “até porque existem dispositivos nesta proposta de emenda constitucional que sugerem que eventualmente a coordenação federal, a partir da elaboração de um plano nacional de segurança pública, pode ensejar interferências nas políticas estaduais”, afirmou.

Governador do RS critica envio de PEC da Segurança ao Congresso sem interlocução com os estados

Publicados

Geral

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que “há muito a se fazer” antes de uma mudança na estrutura da segurança pública na Constituição. Em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11), ele defendeu uma articulação nacional de combate ao crime.

A comissão analisa a chamada PEC da Segurança Pública (PEC 18/25), enviada pelo governo federal.

Leite acredita que a desconfiança presente entre os governadores no que diz respeito à proposta de emenda à Constituição esteja associada à falta de interlocução antes do envio do texto ao Congresso.

Para ele, é preocupante “começar pela legislação, antes de estabelecer uma prática de encontros, de rotina, de divisão dos dados, de colaboração”. Ele disse que os governadores ficam inseguros sobre como vai ser a participação do governo federal na relação com os estados, “até porque existem dispositivos nesta proposta de emenda constitucional que sugerem que eventualmente a coordenação federal, a partir da elaboração de um plano nacional de segurança pública, pode ensejar interferências nas políticas estaduais”, afirmou.

Experiência do RS
Leite citou o caso do Rio Grande do Sul, que nos últimos sete anos reduziu o número de homicídios em 54%, e o de latrocínios em 78%. Segundo o governador, o estado utiliza um software para embasar a estratégia de segurança pública. Essa gestão estatística permite, por exemplo, perceber rapidamente o aumento de indicadores de violência em determinados locais.

Leia Também:  Projeto inclui no Código do Consumidor previsão de suspensão de compra irregular no cartão

“Eu acho que é um dos únicos casos no Brasil em que a gente tem a participação de Tribunal de Justiça, Poder Judiciário federal, Ministério Público Federal, Ministério Público estadual, bem como a participação das polícias, numa reunião ampla que fazemos, analisando os indicadores de região por região, município por município”, explicou.

“Chamamos aqueles que têm os bons exemplos para serem compartilhados para prestigiar os que estão evoluindo positivamente e chamamos aqueles que têm indicadores menos positivos ou que apresentam alguma inflexão em crimes para prestar contas das contramedidas que estão sendo adotadas publicamente” disse Leite.

Segundo o governador, isso tem possibilitado enfrentar a violência sem necessidade de uma legislação específica.

Leite também criticou o que descreveu como um “apetite” para regulamentar a atuação e constranger as polícias, e um esforço menor para constranger os criminosos a não praticarem crimes. O governador apresentou sugestões de combate à criminalidade, como garantir que homicídios cometidos por organizações criminosas não possam ter a mesma progressão de regime que os homicídios simples, e que os estados possam legislar sobre a execução de penas.

Deputados opinam
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) concordou com essa ideia. “É fundamental que a gente debata a questão dos presídios. Cada estado tem uma realidade. Os estados podem, sim, legislar subsidiariamente”, defendeu o parlamentar.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) considerou a PEC da Segurança constitucional e importante. Ela fez, no entanto, algumas sugestões a respeito do mérito da matéria. Uma dessas sugestões é que o texto trate do trabalho da perícia. “É preciso cada vez mais nós fazermos com que o inquérito se baseie na perícia, e não apenas no depoimento, na palavra”, disse.

Leia Também:  Governo prioriza prevenção do câncer, mas entidades apontam falhas no atendimento às mulheres

A deputada também defendeu o uso de recursos para o combate de crimes que atravessam fronteiras. “Nós podemos usar o Fundo Nacional de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário para adiantarmos aquilo que propomos na PEC, que é a articulação. Se tivermos um sistema articulado, poderemos ter um enfrentamento a crimes que não se localizam mais em um estado ou outro”, afirmou Maria do Rosário.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC), por outro lado, argumentou pela rejeição da proposta já na CCJ. “Esta proposta já começa viciada desde seu bojo, com políticos que querem centralizar a gestão da segurança em Brasília. Não vai ter como consertar depois”, criticou. “Faço apelo ao relator, já que a PEC fere cláusula pétrea da Constituição, que prevê que não se pode mudar a forma federativa do Estado. Vamos rejeitar esta PEC”, declarou.

O relator da PEC, deputado Mendonça Filho (União-PE), no entanto, já disse que não pretende rejeitar a proposta, pois vê o texto como uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Ele afirmou, porém, que “a Federação tem que ser fortalecida, e não reduzida no espírito central da proposta”.

Reportagem – Paula Moraes
Edição – Wilson Silveira

 

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Geral

Justiça Suspende Projeto de Extinção da CODER em Rondonópolis

Publicados

em

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) suspendeu nesta quarta-feira (16) o andamento e a votação do projeto de lei que previa a liquidação da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER).

A decisão foi tomada pela desembargadora Vandymara Galvão Ramos Paiva Zanolo, da 3ª Câmara de Direito Público e Coletivo. O pedido partiu do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (SISPMUR), por meio dos advogados Naldecy Silveira e Anderson Pablo Ferreira de Camargo.

Motivos da suspensão

De acordo com a Justiça, o processo de extinção apresentava irregularidades sérias, como:

  • Falta de debate prévio com a sociedade e os trabalhadores;

  • Tramitação acelerada do projeto na Câmara Municipal — menos de 48 horas após o envio pelo Executivo;

  • Riscos de danos graves aos mais de 600 trabalhadores da CODER e à população que depende dos serviços prestados pela companhia.

“A extinção de uma empresa pública com tantos servidores, sem discussão ampla, pode causar prejuízos enormes para a cidade”, destacou a magistrada na decisão.

Diálogo é prioridade, afirma SISPMUR

Para o presidente do SISPMUR, Gerson Ferreira Paes Júnior, a suspensão representa um ato de responsabilidade.

“Não somos contra discutir a situação da CODER, mas isso precisa ser feito com responsabilidade e ouvindo os trabalhadores. O sindicato está pronto para conversar com todos os envolvidos e buscar soluções que protejam os empregos e os serviços”, afirmou.

Mediação e protestos

A Justiça também determinou que o caso seja encaminhado à Central de Conciliação e Mediação do TJ-MT, com o objetivo de facilitar o diálogo entre as partes.

Leia Também:  CAE: debatedores fazem ressalvas sobre IS nos setores de gás e bebidas alcoólicas

Desde o anúncio da possível liquidação, os trabalhadores da CODER vêm realizando manifestações públicas.

“É uma vitória da legalidade. A CODER está viva e mais forte. Vamos continuar na luta”, afirmou Lorrayne Rodrigues da Silva, auxiliar de conservação de vias da empresa.

Nota da Câmara Municipal

A Câmara de Vereadores de Rondonópolis divulgou nota afirmando que não foi oficialmente notificada pela Justiça até o fim da sessão do dia 16.

O Legislativo informou que todo o trâmite do projeto seguiu a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara. Ainda segundo a nota, a proposta foi votada respeitando os princípios democráticos e legais.

“A Câmara permanece atenta aos desdobramentos do caso e se manifestará de forma institucional assim que for notificada oficialmente.”

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

RONDONÓPOLIS

POLÍTICA

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA