Educação e Cidadania
Estão abertas as inscrições para o Concurso de Redação “Rondonópolis Contra o Racismo”
Cidades
Iniciativa da UNEMAT e do Instituto Professora Coraci valoriza o talento, a criatividade e a consciência social dos jovens da cidade.
A escrita é uma das formas mais poderosas de mudar o mundo. É por meio dela que ideias ganham corpo, que vozes antes silenciadas encontram espaço e que o conhecimento se transforma em ação. E agora, os estudantes de Rondonópolis têm a chance de colocar esse poder em prática. Estão abertas as inscrições para o Concurso de Redação “Rondonópolis Contra o Racismo”, uma iniciativa que une educação, reflexão e combate ao preconceito.
O concurso é promovido pelo Instituto Professora Coraci (IPC), em parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU), o Grupo de Pesquisa em Direitos Fundamentais e Interdisciplinaridade (GEDIFI) e o Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão Edileuza Gimenes Moralis da UNEMAT – Campus Avançado de Rondonópolis.
O tema deste ano — “Racismo, tecnologias digitais e sociedade” — convida os jovens a refletirem sobre como as redes, a internet e as novas tecnologias podem ser aliadas na luta antirracista.
Podem participar alunos das escolas públicas de Rondonópolis matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental (8º e 9º anos), no Ensino Médio, na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e adolescentes em medida socioeducativa.
As inscrições e o envio das redações seguem até 18 de novembro, por meio do professor tutor da escola. A redação deve ser manuscrita e digitalizada em PDF. O formulário de inscrição está disponível em: https://forms.gle/a6njadMunMCmKHxv7.
O edital completo pode ser acessado neste link.
Mais do que um concurso, a proposta é promover um movimento de aprendizado e construção coletiva dentro das escolas. As instituições participantes são incentivadas a realizar rodas de conversa, debates e atividades sobre o tema antes do envio das redações, utilizando os vídeos produzidos pelo GEDIFI/UNEMAT/CNPq, disponíveis no YouTube.
A ideia é simples, mas transformadora: que cada texto nasça do diálogo, da escuta e das vivências reais de estudantes, professores e comunidade.
Os autores das melhores redações serão premiados com troféus, certificados, medalhas e prêmios em dinheiro — R$ 200,00 para o 1º lugar, R$ 100,00 para o 2º e R$ 50,00 para o 3º lugar em cada categoria. As escolas vencedoras também receberão certificados de honra ao mérito e kits de livros antirracistas, e os professores tutores terão moção de reconhecimento e aplausos pelo incentivo à educação transformadora.
O cronograma prevê correções até 22 de novembro, resultado preliminar no dia 23, análise de recursos e divulgação do resultado final em 24 de novembro.
A cerimônia de premiação acontece no dia 26 de novembro, em Rondonópolis.
Para os organizadores, o concurso é uma forma de unir educação e cidadania em torno de uma causa urgente.
“Escrever é resistir, refletir e construir uma sociedade sem racismo”, afirma professor Dr Éverton Neves um dos idealizadores do concurso.
Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail: [email protected]
O Concurso de Redação “Rondonópolis Contra o Racismo” é uma realização conjunta da UNEMAT – Campus Avançado de Rondonópolis, Instituto Professora Coraci, Movimento Negro Unificado (MNU), GEDIFI e Núcleo Edileuza Gimenes Moralis.
Cidades
Filhote jogado no lixo é salvo por garis e comove moradores de Rondonópolis
Em Rondonópolis, onde as histórias do dia-a-dia se cruzam com a correria da cidade grande e a simplicidade de bairro, uma cena triste amanheceu falando mais alto que o barulho dos caminhões de coleta. Um filhote de cachorro, pequeno demais para entender a maldade do mundo, foi encontrado dentro de um saco de lixo, prestes a ser triturado junto com os resíduos da manhã.
A cena aconteceu nesta sexta-feira (09), no bairro Alfredo de Castro. Os coletores faziam a rotina de sempre — aquele trabalho duro e indispensável — quando um barulho diferente chamou atenção. Um chorinho abafado, tímido, insistente, vinha de uma das sacolas deixadas na calçada.
Antes de lançar o saco para dentro do caminhão, um dos garis decidiu conferir. E ali, escondido entre restos de comida e embalagens, estava o filhotinho, assustado, tremendo, mas vivo.
Uma vida inteira jogada fora — literalmente — mas recuperada pela sensibilidade de quem trabalha todos os dias lidando com aquilo que a cidade descarta.
O animal foi retirado às pressas, limpo e acolhido pelos próprios coletores, que interromperam o serviço para garantir que o pequeno tivesse ar, água e um pouco de carinho.
A equipe relatou que, se o caminhão já estivesse em movimento, não daria tempo para o salvamento.
O resgate emociona porque revela o contraste de dois extremos: alguém que descartou uma vida como se fosse lixo, e trabalhadores que, mesmo com a rotina exaustiva e o relógio correndo, escolheram proteger o indefeso.
O caso reacende debates antigos, mas sempre necessários, sobre maus-tratos e abandono de animais em Rondonópolis. Em uma cidade que cresce rápido, ainda é comum ver cães e gatos sendo deixados para trás — alguns encontrados em caixas, outros amarrados em terrenos vazios, e, como hoje, dentro de sacos de lixo. Cada história carrega um pedido silencioso por mais humanidade.
O filhote, que por pouco não teve a vida interrompida, agora está sendo acompanhado pelos profissionais que o resgataram. A intenção é que ele receba atendimento veterinário e, em seguida, seja encaminhado para adoção responsável — longe de qualquer risco e perto de quem entenda o valor de cuidar.
Enquanto isso, fica o apelo à população: maus-tratos são crime, e não existe justificativa para este tipo de crueldade. Denunciar pode salvar vidas — literalmente.
Hoje, no meio da pressa da cidade, três garis pararam o mundo por alguns minutos para ouvir um pedido de socorro que quase passou despercebido.
E graças a eles, Rondonópolis ganhou não só um resgate, mas um lembrete poderoso: ainda existe gente que escolhe o lado certo da história.