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K9 Zion fareja 1,1 tonelada de skunk escondida em carga de madeira irregular em Rondonópolis
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O faro preciso de um cão policial revelou o que olhos humanos jamais veriam: mais de uma tonelada de droga escondida em canos de ferro, sob uma carga de madeira.
Um treinamento de rotina com o cão K9 Zion, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), acabou se transformando em uma das maiores apreensões de drogas do ano em Mato Grosso. No dia 3 de novembro de 2025, durante uma atividade de faro no pátio credenciado da instituição, em Rondonópolis, o animal indicou a presença de algo suspeito dentro de um caminhão Volvo FH 460, que tracionava um semirreboque Randon.
O veículo estava retido desde o dia 4 de outubro, após ser flagrado transportando madeira serrada de forma irregular — com divergências entre a carga e os documentos apresentados.
Mas o que parecia ser apenas mais um caso de crime ambiental escondia um esquema muito maior.
O faro que desvendou o impossível
Quando Zion começou a farejar com insistência uma parte específica da carroceria, os policiais decidiram seguir a intuição do cão. A inspeção revelou que, sob a madeira, havia dezenas de canos de ferro cuidadosamente soldados e lacrados. Dentro deles, a surpresa: aproximadamente 1.100 quilos de skunk, uma variedade de maconha de alto teor de THC, também conhecida como “supermaconha”.
A descoberta só foi possível graças ao olfato aguçado do K9, capaz de detectar odores que o ser humano jamais perceberia — mesmo com a droga isolada por camadas de metal e madeira.
Operação complexa e apoio técnico
Diante da dificuldade para abrir os recipientes de ferro e da falta de ferramentas adequadas, o caminhão permaneceu sob a guarda da PRF na Unidade Operacional de Rondonópolis. No dia seguinte, a carreta foi levada ao pátio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), onde, com o apoio de trabalhadores de uma indústria siderúrgica, o material pôde ser cortado com segurança e o entorpecente retirado.
A operação contou com todo o cuidado técnico necessário, tanto para garantir a integridade da equipe envolvida quanto para preservar as provas do crime.
Maior apreensão do ano
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, essa foi a maior apreensão de skunk registrada em 2025 no estado de Mato Grosso — um marco que reforça a importância do trabalho integrado entre os agentes humanos e os cães policiais.
O episódio mostra que, mesmo quando o crime tenta se esconder em estruturas metálicas e documentos falsos, o faro da lei — nesse caso, literalmente — sempre encontra o caminho.
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Filhote jogado no lixo é salvo por garis e comove moradores de Rondonópolis
Em Rondonópolis, onde as histórias do dia-a-dia se cruzam com a correria da cidade grande e a simplicidade de bairro, uma cena triste amanheceu falando mais alto que o barulho dos caminhões de coleta. Um filhote de cachorro, pequeno demais para entender a maldade do mundo, foi encontrado dentro de um saco de lixo, prestes a ser triturado junto com os resíduos da manhã.
A cena aconteceu nesta sexta-feira (09), no bairro Alfredo de Castro. Os coletores faziam a rotina de sempre — aquele trabalho duro e indispensável — quando um barulho diferente chamou atenção. Um chorinho abafado, tímido, insistente, vinha de uma das sacolas deixadas na calçada.
Antes de lançar o saco para dentro do caminhão, um dos garis decidiu conferir. E ali, escondido entre restos de comida e embalagens, estava o filhotinho, assustado, tremendo, mas vivo.
Uma vida inteira jogada fora — literalmente — mas recuperada pela sensibilidade de quem trabalha todos os dias lidando com aquilo que a cidade descarta.
O animal foi retirado às pressas, limpo e acolhido pelos próprios coletores, que interromperam o serviço para garantir que o pequeno tivesse ar, água e um pouco de carinho.
A equipe relatou que, se o caminhão já estivesse em movimento, não daria tempo para o salvamento.
O resgate emociona porque revela o contraste de dois extremos: alguém que descartou uma vida como se fosse lixo, e trabalhadores que, mesmo com a rotina exaustiva e o relógio correndo, escolheram proteger o indefeso.
O caso reacende debates antigos, mas sempre necessários, sobre maus-tratos e abandono de animais em Rondonópolis. Em uma cidade que cresce rápido, ainda é comum ver cães e gatos sendo deixados para trás — alguns encontrados em caixas, outros amarrados em terrenos vazios, e, como hoje, dentro de sacos de lixo. Cada história carrega um pedido silencioso por mais humanidade.
O filhote, que por pouco não teve a vida interrompida, agora está sendo acompanhado pelos profissionais que o resgataram. A intenção é que ele receba atendimento veterinário e, em seguida, seja encaminhado para adoção responsável — longe de qualquer risco e perto de quem entenda o valor de cuidar.
Enquanto isso, fica o apelo à população: maus-tratos são crime, e não existe justificativa para este tipo de crueldade. Denunciar pode salvar vidas — literalmente.
Hoje, no meio da pressa da cidade, três garis pararam o mundo por alguns minutos para ouvir um pedido de socorro que quase passou despercebido.
E graças a eles, Rondonópolis ganhou não só um resgate, mas um lembrete poderoso: ainda existe gente que escolhe o lado certo da história.